sábado, setembro 27, 2003
Às vezes escrever
custa mais
que viver.
custa mais
que viver.
quinta-feira, setembro 25, 2003
quarta-feira, setembro 24, 2003
Ao trabalho!
Trabalho duro
apaixonadamente
Odeio-te
Trabalho duro
apaixonadamente
Odeio-te
quarta-feira, setembro 17, 2003
Haiku regadio
Vamos pró campo sair
É tempo de produzir
Na barragem do Alqueva
Vamos pró campo sair
É tempo de produzir
Na barragem do Alqueva
terça-feira, setembro 16, 2003
Haiku para o Gastão
Anda cá, quiduxo.
Rebola fôfo, rebola!
Quem é o cãozito mai lindo da Rita?
Anda cá, quiduxo.
Rebola fôfo, rebola!
Quem é o cãozito mai lindo da Rita?
Haiku para a criança que há em nós
Olha a bola,
Manel.
Olha a bola.
Olha a bola,
Manel.
Olha a bola.
Haiku confuso
Espelho meu,
porque comeste
a avozinha?
Espelho meu,
porque comeste
a avozinha?
Uma árvore:
mais do que suporte
de ninhos alheios
mais do que suporte
de ninhos alheios
domingo, setembro 14, 2003
Haiku mate-o-mático
Dois mais dois:
quatro
ou vinte e dois?
Dois mais dois:
quatro
ou vinte e dois?
Haiku patrocinado pela Rádio Renascença
Seja feliz.
Faça alguém
feliz.
Seja feliz.
Faça alguém
feliz.
Está bem de ver
que por esta hora
nada há a dizer
que por esta hora
nada há a dizer
Haiku Correio de Maria
Estarei grávida
Perguntou a Virgem
Ao ignorante José
Haiku de Sal
O bacalhau sem cabeça
Aparece no Natal
À mesa
Haiku bélico, segundo Calamaro
Uma bomba
Não cai no mesmo lugar
Outra vez
Estarei grávida
Perguntou a Virgem
Ao ignorante José
Haiku de Sal
O bacalhau sem cabeça
Aparece no Natal
À mesa
Haiku bélico, segundo Calamaro
Uma bomba
Não cai no mesmo lugar
Outra vez
Haiku domingueiro
Tenho estado a ver
As folhas cair
Vem aí o Outono
Tenho estado a ver
As folhas cair
Vem aí o Outono
sábado, setembro 13, 2003
Haiku de demissão ministerial
Venho por meio deste
Ao país
Pedir perdão
Venho por meio deste
Ao país
Pedir perdão
Kaiku
Depois dos setenta
É impossível
O cinto de ligas
Depois dos setenta
É impossível
O cinto de ligas
Haiku Ducados
Não há racismo
Quanto ao
Tabaco negro
Não há racismo
Quanto ao
Tabaco negro
quinta-feira, setembro 11, 2003
Dois haikus ao mar
Ó preia-mar, preia-mar
Ó preia-mar
do Mar Morto
Ó baixa-mar, baixa-mar
Ó baixa-mar
parvo a outro
Ó preia-mar, preia-mar
Ó preia-mar
do Mar Morto
Ó baixa-mar, baixa-mar
Ó baixa-mar
parvo a outro
quarta-feira, setembro 10, 2003
Ode haikal à Lua
Gigante no céu
Consegues ver-me daí
D'onde vês tudo?
Gigante no céu
Consegues ver-me daí
D'onde vês tudo?
Mais esperta
que a lebre
foi a tartaruga
que a lebre
foi a tartaruga
Haiku para um inocente
Não fui eu,
não sei de nada
e não menti
Não fui eu,
não sei de nada
e não menti
terça-feira, setembro 09, 2003
A mão que reza o terço
nem sempre é
a que embala o berço.
nem sempre é
a que embala o berço.
Lisboa já foi
menina e moça.
Hoje é viúva.
menina e moça.
Hoje é viúva.
Nem sempre
tudo
ou nada
tudo
ou nada
O jornaleiro espantado
que eu queira comprar
o jornal de ontem
(by anónimo)
que eu queira comprar
o jornal de ontem
(by anónimo)
As nuvens, meu irmão,
São leviandades
Da criação
(by anónimo)
São leviandades
Da criação
(by anónimo)
segunda-feira, setembro 08, 2003
Haiku de Santo António
Ó menina venha cá
Comprar a matrafona
Sempre é melhor do que
Ó menina venha cá
Comprar a matrafona
Sempre é melhor do que
Haiku da Cassete
Serviço público:
documentário
em pelo púbico
Serviço público:
documentário
em pelo púbico
Haiku inspirado em fontes anónimas
Fernando Pessa
Nunca foi
Dessas
Fernando Pessa
Nunca foi
Dessas
quarta-feira, setembro 03, 2003
No final da vida
São Tomé cegou
E não mais acreditou
São Tomé cegou
E não mais acreditou
Haikus p'ró Paião
A doença na isca
é má
p'ró vistaço
Os vinhos
e os jaquinzinhos
são só descaminhos
Seca:
terra
viúva
(adaptação livre de versos da «Marcha do "Pião das Nicas"», de Carlos Paião)
A doença na isca
é má
p'ró vistaço
Os vinhos
e os jaquinzinhos
são só descaminhos
Seca:
terra
viúva
(adaptação livre de versos da «Marcha do "Pião das Nicas"», de Carlos Paião)
Haiku vespertino-político
No Parlamento
Nenhum deputado
Passa de jumento
No Parlamento
Nenhum deputado
Passa de jumento