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sexta-feira, outubro 24, 2003

Haiku Zinha

Na colher de pau
um homem
prova o bacalhau


quarta-feira, outubro 22, 2003

Haiku Sampaio

Se não fosse isto
Ninguém notava
Que eu era vivo



Haiku Durão

A Casa Pia
Vota a favor
Do meu orçamento



Haiku Ferro IV

O segredo de justiça
Ó pedroso,
Parece a tua linguiça


terça-feira, outubro 21, 2003

Haiku de Ferro II (para «estes merdas»)

Os gajos que
estão a ouvir que
vão à merda.


Haiku de Ferro I

Tou-me cagando
para o segredo
de justiça.


Valente não é
quem mente mas
quem confessa.


Este poema
tem (a) pena
de outros.


Haiku celulóide

Sem sombra de pecado
Os cornos de kronos
Na praia dos cães



Haiku simples

A carroça à frente
Os bois atrás
A marcha-à-ré


sexta-feira, outubro 17, 2003

Haiku transtejico

Não vamos agora confundir
Um fim-de-semana no Seixal
Com umas férias nas Seichelles


(outro, Saramágico)

Haiku Saramágico

Não vamos agora confundir
A Era do Vazio
com a Vera no Bacio


Oitocentas vozes
em uníssono
cantaram-me.


Se a vida são
dois dias, quantos
já devemos?


Atente: nem tudo
o que se diz
é decente.


Hoje acordei
do lado errado
do dia.


quinta-feira, outubro 16, 2003

Haiku A2

Ó Manuel Falcão
onde está
a nova televisão?



Haiku de cereja

Na face rubra
a seda da pele
trinca-se



Haiku promocional

Em Bragança
toda a menina
dança



Haiku à TIME

Just one ad
and it all
adds up


sexta-feira, outubro 10, 2003

Elefantes cor~de~rosa:
animais de
boa prosa.


Trrim-trrim!
Tocavas-me
assim...


Desta feita
nada mais
se endireita


Os bois são lentos
mas a terra
é paciente


(baseado num suposto dito popular chinês, alegadamente veiculado numa série de TV dos anos 70 e dado a conhecer por um amigo de Peniche)

quinta-feira, outubro 09, 2003

Haikus de identidade

Do primo a gula
Fala alto, passageiro,
Limpa a loiça


Do terceiro a nódoa
negra de um pau
veloz


Do quarto a tinta
por vezes, na pena,
vertida arte


Do quinto o riso
Em desequilibrio
Para cima da mesa


Do cesto nem pelo
se pede, porque basta
sê-lo


Ao Til, se
Entrar, iremos
Saravár


quarta-feira, outubro 08, 2003

Cabeças falantes:
dúvidas
são constantes.


Lusa
é o tanas,
paixão!


Haja sempre
céu que nos caia
na frente


Haiku para César

A César
o que é
de César


Nos cemitérios
só chora
quem lá não mora.


Chove
chuva
miudinha


Latidos, ganidos,
gritos pequeninos.
Vozes de burro.


Noite escura,
vento abafado.
Onde anda o gato?


Haiku Ao Fundo

Senhoras
e crianças
primeiro!


Haiku para Maria das Dores

Ai, Virgem Maria,
Que me dói
tanto a bacia!


sexta-feira, outubro 03, 2003

Aviso à navegação:

Sou contra toda
A censura que grassa
Nestes nossos blogs


Quatro haikus de Jorge Luís Borges:

Hoje não me alegram
as amendoeiras do horto.
Me lembro de ti.



A ociosa espada
sonha com suas batalhas.
Outro é meu sonho



No deserto
acontece a aurora.
Alguém o sabe.


(tradução de Anibal Beça)


aqui também essa desconhecida
e ansiosa e breve coisa
que é a vida


(tradução de Alberto Marsicano)

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